quarta-feira, 16 de janeiro de 2013

Dior: o que vamos amar e o que vamos sentir falta.

Em 2011, o universo fashion acompanhou de perto o barraco que aconteceu na maison Dior, que perdeu um dos mestres mais talentosos desde o próprio Christian. A demissão de John Galliano da grife francesa causou um rebuliço daqueles. Conhecido por suas criações teatrais e exóticas, Galliano transformou a Dior numa das marcas mais cobiçadas do planeta, artigos de luxo em obras de arte, e desfiles em verdadeiros espetáculos.

À esquerda, John Galliano exibindo sua excentricidade com cachos de princesa e uma coroa. À esquerda, Raf Simons de cabelo cortado, olhos azuis e barba por fazer, o protótipo de homem descolado. 


Depois de encher a cara e dizer que amava Hitler, John foi imediatamente afastado da grife. Antes de se esconder na sua bat-caverna fashion — era raro vê-lo depois desse escândalo — ele teria dito que começara a beber para amenizar a pressão causada pelos desfiles da Dior, até porque, comandar um dos pilares da moda não é uma tarefa fácil.

À esquerda, a icônica bolsa Lady Dior encara cores vibrantes e materiais ousados nas mãos de Galliano. Já na foto à esquerda, a mesma aparece sóbria e requintada para a estréia de Simons na primavera 2013.


Quando anunciaram Raf Simons, antigo diretor criativo da Jil Sander, para o cargo de Galliano, todos ficaram empolgados para ver a radical mudança. Conhecido por suas criações minimalistas e formas limpas, Simons traria a promessa de reinventar a maison francesa, combinado seu minimalismo com a elegância e refinamento estabelecidos pelo próprio Dior em 1947. Nasce então uma nova era para a moda.

Durante os dez anos que permaneceu à frente da Dior, John Galliano materializou sonhos que poucos artistas conseguiram. Suas roupas revelavam mulheres poderosas e femininas, que tinham a certeza e a paixão por estarem bonitas acima de tudo. Raf Simons, com seu padrão completamente reverso, "limpou" a mulher Dior dessa extravagancia, mas dando-lhe o mesmo benefício. Suas roupas passam uma mensagem de libertação e de culto ao corpo feminino, com traços que valorizam suas formas. Se antes as consumidoras Dior viviam em um sonho exótico de beleza e luxo, agora elas encaram o mundo real armadas de poder e liberdade.


À direita, em uma de suas últimas coleções para a Dior, Galliano apresenta uma espécie de marinheira sexy e fashionista.  À esquerda, por Simons, um terninho sóbrio, onde a feminilidade está apresentada em detalhes, como o colo á mostra, o lenço rosa claro no pescoço e o corte "Bar" do paletó, marcando a cintura da modelo.
À direita, um extravagante vestidinho de tecido trançado e partes vazadas, exalando sensualidade.  A proposta de Simons, à esquerda, é um vestido micro em organza metálica rosa; simples, confortável, fácil de usar e inegavelmente feminino.

Penas, fitas coloridas e couro estampado (acima) são trocados por sapatos elaborados, em cores femininas e suaves e detalhes metálicos.


Tecidos transparentes formam vestidos com decotes, drapeados e mini comprimento com  cintos e aplicações exóticas e super coloridas. À esquerda, um top minimalista toma posse de uma sensualidade moderna graças à assimetria e às cores vibrantes


A era de sensuais vestidos de noite como o amarelo de seda trasparente da esquerda bordado com lantejoulas foi substituída pela dos vestidos minimais como o da direita, cuja feminilidade, além da saia godê, é proposta pelo tecido brilhante em estampa floral rosa e dourada da mesma.


Responda nos comentários: O que você acha dessa mudança na maison Dior?

Fotos: Style.com