À esquerda, John Galliano exibindo sua excentricidade com cachos de princesa e uma coroa. À esquerda, Raf Simons de cabelo cortado, olhos azuis e barba por fazer, o protótipo de homem descolado. |
Depois de encher a cara e dizer que amava Hitler, John foi imediatamente afastado da grife. Antes de se esconder na sua bat-caverna fashion — era raro vê-lo depois desse escândalo — ele teria dito que começara a beber para amenizar a pressão causada pelos desfiles da Dior, até porque, comandar um dos pilares da moda não é uma tarefa fácil.
Quando anunciaram Raf Simons, antigo diretor criativo da Jil Sander, para o cargo de Galliano, todos ficaram empolgados para ver a radical mudança. Conhecido por suas criações minimalistas e formas limpas, Simons traria a promessa de reinventar a maison francesa, combinado seu minimalismo com a elegância e refinamento estabelecidos pelo próprio Dior em 1947. Nasce então uma nova era para a moda.
Durante os dez anos que permaneceu à frente da Dior, John Galliano materializou sonhos que poucos artistas conseguiram. Suas roupas revelavam mulheres poderosas e femininas, que tinham a certeza e a paixão por estarem bonitas acima de tudo. Raf Simons, com seu padrão completamente reverso, "limpou" a mulher Dior dessa extravagancia, mas dando-lhe o mesmo benefício. Suas roupas passam uma mensagem de libertação e de culto ao corpo feminino, com traços que valorizam suas formas. Se antes as consumidoras Dior viviam em um sonho exótico de beleza e luxo, agora elas encaram o mundo real armadas de poder e liberdade.
Penas, fitas coloridas e couro estampado (acima) são trocados por sapatos elaborados, em cores femininas e suaves e detalhes metálicos. |
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Fotos: Style.com